26 março 2010

UNIDADE HOTELEIRA PECULIAR

No coração do Bairro Alto

O actor Filipe Duarte investe um unidade hoteleira peculiar, no centro da cidade de Lisboa.

Vera Valadas Ferreira
vferreira@destak.pt

«Podia ser um hotel. Mas não é. É um lugar único e intimista com quatro quartos situado no mais emblemático e intenso bairro de Lisboa, o Bairro Alto», pode ler-se no site com a morada www.house4ba.com, um projecto na área da hotelaria que representa uma investida no mundo dos negócios do actor Filipe Duarte.

No mesmo texto introdutório explica-se em língua inglesa ao visitante que «este bair-ro alberga todo o tipo de bares, restaurantes da moda e lojas de design, bem como as famosas mercearias tradicionais e casas de fado. Para além do conforto e da capacidade deste espaço, todos os quartos estão equipados com casa de banho completa, aquecimento central, internet sem fios e pequeno-almoço servido com produtos tradicionais portugueses. Como os melhores hotéis, mas é house4».

Com inauguração prevista para Abril - após dois anos à espera das imprescindíveis licenças e acabamentos de restauro - este hotel especial resulta de uma sociedade entre o protagonista da série Equador e os amigos Pedro Garcia, fotógrafo, e Mikas, proprietário do célebre bar Bicaense.

O imóvel, sito junto ao miradouro de São Pedro de Alcântara - cuja vista panorâmica sobre os Restauradores fica «à distância de 34 segundos da sala de estar», conta-se ainda -, pretende transmitir aos futuros hóspedes a sensação de estar em casa. A decoração é minimalista, apostando ora na predominância para o branco nas paredes e móveis, ora no uso de néones coloridos.

Imaginativos são alguns detalhes como o par de algemas pendurado no candeeiro de cabeceira... Tudo em troca de 95 euros com direito a pequeno-almoço.


18 03 2010 08.28H

25 março 2010

"MINI FISCAIS" DA EMEL...

Cerca de trinta crianças de nove e 10 anos vão transformar-se na sexta feira em fiscais da Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), passando multas fictícias no Bairro Alto e no Príncipe Real.

Destak/Lusa

Depois do "sucesso" de uma iniciativa semelhante em Alvalade, a empresa volta a recrutar "mini fiscais" para que os mais novos aprendam as regras de um estacionamento correto e alertem a população para a sua importância.
"Tem um grande impacto. Quer os condutores, quer as pessoas que assistem ficam sensibilizadas e entusiasmadas. Pensamos repetir a iniciativa duas vezes por ano", disse à Lusa Diogo Homem, diretor de marketing e comunicação.
Os alunos da Escola Básica n.º 21 Padre Abel Varzim vão sancionar os carros mal estacionados - em frente a garagens, nas passadeiras e nos passeios - com multas fictícias com mensagens de sensibilização, ilustrações e o seu nome e idade.
"Se quisesse atravessar a rua em segurança não poderia porque o seu carro está aqui. Da próxima vez que estacionar pense nisso", refere uma das mensagens.
A acção decorre entre as 10:00 e as 11:30.


22 março 2010

CARTÃO DE ACESSO PARA SITUAÇÕES INESPERADAS

Os comerciantes instalados no Bairro Alto para além do já conhecido cartão de acesso, vinculado a uma viatura da empresa (com direito a permanência de 210 minutos) podem solicitar, junto da EMEL, ou desta Associação, um cartão que permite resolver situações pontuais inesperadas, o chamado “Cartão de Apoio ao Comerciante”.

Cada comerciante instalado na zona de trânsito condicionado pode requerer UM destes cartões que permite fazer face a eventos inesperados (assistência técnica, emergências, etc), em qualquer horário e sem que esteja vinculado a qualquer matricula. Permite uma permanência de 30 minutos por entrada e terá um custo de 12€. Se o limite de tempo for ultrapassado, o cartão fica bloqueado, sendo que o comerciante o pode reactivar por 5€.

16 março 2010

ACESSO PARA CARGAS E DESCARGAS

Tome atenção às novas normas de acesso para cargas e descargas, acordadas entre as Associações de Comerciantes dos Bairros Históricos e a EMEL. Ajude os seus fornecedores habituais a solicitarem o cartão de acesso, e saiba que pode pedir um cartão para resolver situações pontuais, nomeadamente de assistência técnica, que não estará vinculado a nenhuma matrícula automóvel, permitindo o acesso por períodos de 30 minutos.

Cargas e Descargas de Fornecedores

1-Para os fornecedores (Cargas e Descargas) habituais (mais de três vezes por mês) o acesso será efectuado com o cartão de Cargas e Descargas. Desta forma os fornecedores ficam registados com um dístico (com o custo de 12€, referentes a emolumentos) sendo-lhes igualmente entregue um cartão para que possam efectuar os acessos sem complicações. A grande novidade é que a partir de agora no horário de Cargas e Descargas deixam de estar limitados a uma hora de permanência em cada um dos períodos. Durante este horário, em cada período, podem efectuar as operações com a totalidade do tempo, ou seja, 3 horas durante a manhã e três horas durante a tarde.

2-Os fornecedores que efectuem operações de Cargas e Descargas esporadicamente (até três vezes por mês) podem continuar a tocar no intercomunicador para solicitar o acesso. A matrícula fica registada numa base de dados (com validade bimensal) e se for detectado que a assiduidade aos Bairros Históricos aumenta, é convidado a tratar do cartão de Cargas e Descargas.

3-Os comerciantes instalados nos Bairros Históricos estão igualmente registados com um dístico (com o custo de 12€ referentes a emolumentos), acesso com cartão e o direito à permanência por um período máximo de 210 minutos (3h50).

4-Para as situações excepcionais de apoio aos comerciantes foi criado um “Cartão de Apoio ao Comerciante”. Cada comerciante instalado nos Bairros Históricos pode requerer a atribuição de UM desses cartões. O cartão permite que possam fazer face a eventos inesperados, nomeadamente fora do horário de Cargas e Descargas. Oficialmente estará limitado a um acesso de 30 minutos. O cartão terá um custo de 12€. Se o limite de tempo desse cartão for ultrapassado, o cartão fica bloqueado sendo que o comerciante o pode reactivar por 5€.

Excepções para Juntas de Freguesia

Para as situações excepcionais (Assistências a Familiar), existe já um acordo com todas as Juntas de Freguesia, que podem conceder uma declaração nesse sentido aos requerentes. Após essa validação os requerentes dirigem-se à Loja EMEL e obtêm um dístico (com o custo de 12€ referentes a emolumentos) e complementarmente é-lhes entregue um cartão de acesso para que possam “manusear” o Sistema. As Juntas de Freguesia terão ainda um determinado número de cartões (sem custos para a Junta e para o Utente) para possam dar apoio às situações pontuais.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS:


Os fornecedores habituais para obterem o necessário dístico de Cargas e Descargas precisam de preencher um formulário (na imagem) e entregar cópia dos seguintes documentos:
1-Certidão do Registo Comercial (ou código de Acesso) ou Cópia de Comprovativo de Exercício de Actividade Categoria B
2-Certificado de Matrícula ou Título de Registo de Propriedade
3-NIF

As empresas e comerciantes instalados nas zonas de trânsito condicionado podem solicitar o “cartão de apoio ao comerciante” mediante carta simples onde se identifiquem. Podem faze-lo no atendimento da EMEL, ou junto desta Associação de Comerciantes.


EMEL:
Rua Pinheiro Chagas, 19A 1050-174 Lisboa
Horário: Segunda a Sexta das 8h00 às 20h00
Sábado das 9h00 às 13:00
(Encerra aos Domingos e Feriados)
Telefone: 217803100
Fax: 217813628
E-mail: loja@emel.pt

06 março 2010

MANHÃ NO BAIRRO

Um video de 2009 que espreita a manhã do Bairro Alto. Em  http://vimeo.com/6005899 .

"Bairro Alto is the bar and nightlife district in Lisbon, Portugal. 7 nights a week the narrow streets are packed with people having a drink, listening to music and hanging out until the early morning. This is a glimpse into the other side of Bairro Alto when the grandmothers, businessmen, and children come out.

Shot with a canon 5d mkII and nd variable filter.

Audio track is "Seal Beach" by The Album Leaf."

03 março 2010

SE VIVE NUM BAIRRO HISTÓRICO, NÃO CONDUZA

Por Inês Boaventura


Não é só pela topografia do terreno ou pela evidente carência de estacionamento. É também porque nos quatro bairros da capital com trânsito condicionado, apesar das críticas de alguns moradores, reina um silêncio invejável e não falta espaço para os peões.
A separá-las há apenas uma fiada de prédios, mas para quem mora no Bairro Alto parece haver todo um mundo de distância entre a Rua da Rosa e a vizinha Rua da Atalaia. Para lá dos pouco consensuais pilaretes que condicionam o acesso ao bairro, o dia é feito de silêncios só pontualmente interrompidos pelo rodar dos carros sobre o chão empedrado e os moradores podem dar-se ao luxo, raro em Lisboa, de se espraiarem para lá dos passeios, ocupando as estradas para caminharem lado a lado ou trocarem dois dedos de conversa.

"Ah, sim, isto agora é completamente diferente", conta Francisca Tabuada, visivelmente rendida aos encantos de viver numa das quatro zonas da capital com trânsito condicionado. Moradora no Bairro Alto "há 20 e tal anos", assistiu, no fim de 2002, à introdução do sistema então pioneiro e só lhe aponta vantagens. "As ruas estão mais sossegadas e mais limpas. Antes uma pessoa quase nem podia passar porque estacionavam nos passeios e faziam dali garagem", explica, enquanto passeia despreocupadamente o cão pela trela.
"Já não imagino este bairro com trânsito. Era uma confusão", diz Hugo Offerman, que, com 29 anos, é um dos mais recentes moradores da zona. "É óptimo. Moro na Rua dos Mouros, que não tem bares nem nada, e não há ruído nenhum", descreve com satisfação, acrescentando depois que nem o estacionamento é um problema porque a centralidade do bairro lhe permite viver sem automóvel.

A meio da manhã de um dia de semana, os lugares disponíveis são mais do que muitos e nas ruas e travessas da zona condicionada reina uma tranquilidade invejável, aqui e ali entrecortada pela música ou pelo barulho de um berbequim que viaja para lá de uma janela entreaberta. Turistas e moradores não hesitam em ocupar a estrada para andar ou para trocar confidências, alheios às buzinadelas e aos veículos que descem em pára-arranca a Rua de São Pedro de Alcântara, uma artéria vizinha onde a circulação se faz sem qualquer limitação.
Mas no Bairro Alto, tal como na Bica, no Castelo e em Alfama, também há moradores descontentes com o sistema e particularmente com a gestão feita pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL). E no que a tal diz respeito, faz mais sentido do que nunca o velho provérbio "preso por ter cão, preso por não ter", já que são tantos os moradores a queixar-se das dificuldades criadas para familiares e amigos entrarem nas zonas condicionadas como aqueles que criticam o excesso de carros devido à permissividade dos funcionários daquela empresa.
"A minha família quer cá entrar e não pode. São filhos do bairro, nasceram cá", conta, com uma revolta evidente, a septuagenária Maria Palmira Lopes, que reside no Bairro Alto "desde os oito dias de nascença" e acha as limitações impostas à entrada de veículos "uma pouca-vergonha". "Estou farta deste bairro até aos olhos", desabafa, confessando que o seu maior problema são os bares até altas horas de noite, que a impedem de "sossegar a cabecinha" .

"Isto não foi nada bom para nada. As pessoas antes vinham para aqui descansadas e agora isto ficou isolado de tudo", critica por sua vez Maria Aurora, que vive e trabalha em Alfama, num restaurante mesmo em cima de uma das entradas na zona condicionada, na Calçada de São Vicente. "É todos os dias uma discussão pegada a falar para aquela máquina. Às vezes ficam filas imensas e depois vem o eléctrico que não consegue passar", descreve, lembrando que, por desconhecimento ou distracção, "duas ou três vezes por semana" há quem avance com o seu veículo contra o pilarete.
No coração do bairro, junto ao decadente Centro Cultural Dr. Magalhães Lima, quatro moradoras trocam sem qualquer pudor (ou contenção no volume) mexericos e não hesitam em usar o mesmo tom crítico quando o assunto é a EMEL. "Isto são uns gatunos autorizados. A minha filha já nem entra aqui. Pára o carro lá fora e deixa-me os miúdos, como se fossem carneiros", diz Maria Fernanda, crente de que o condicionamento de trânsito vai acabar por levar ao "abandono" de Alfama. "Só quem é maluco é que vem para aqui", remata, furiosa.

(in «Público)